Cada um tem um papel na democracia
A democracia não é um conceito abstrato, nem uma responsabilidade exclusiva dos políticos. Ela pertence a todos nós. Em momentos de crise e incerteza, a sociedade brasileira tem demonstrado uma resiliência impressionante, exercendo seu direito ao voto, mobilizando-se e exigindo mudanças. No entanto, para que esse esforço produza resultados concretos, é essencial que a classe política compreenda seu verdadeiro papel: governar para o país, e não apenas para si própria e seus partidos.
O Brasil é uma das maiores economias do mundo e um ator central na geopolítica internacional. O que acontece aqui reverbera em outras nações, influenciando mercados, investimentos e alianças estratégicas. No entanto a instabilidade política, a insegurança jurídica e a falta de confiança nas instituições afetam não só os brasileiros, mas também a percepção global sobre nossa capacidade de crescimento e liderança.
A sociedade tem feito sua parte. Mas, depois das eleições e das manifestações, as pessoas precisam voltar a seu dia a dia, trabalhar, sustentar suas famílias e contribuir para o desenvolvimento do país. É nesse momento que os governantes e as instituições devem estar à altura do desafio, promovendo estabilidade, segurança jurídica e crescimento econômico.
A segurança, sem dúvida, é a base sobre a qual tudo se constrói. Historicamente, a sociedade sempre se uniu pela necessidade de proteção, para não viver sob o risco de morte ou de ataques, seja de animais selvagens, guerras ou outros perigos imediatos. Ao longo dos tempos, esse anseio por segurança foi ampliado para a garantia de uma vida digna, onde a população pode se sentir protegida e livre para viver. E hoje, mais que nunca, a busca por segurança vai além da proteção física. As pessoas querem se sentir seguras em todos os aspectos de sua vida: no trabalho, em casa, nas ruas e até mesmo no acesso à saúde, à educação e aos direitos básicos.
A Constituição brasileira é clara ao definir que a segurança é dever do Estado e responsabilidade de todos. Reconhece que, sem ela, as outras conquistas, como acesso à cultura, à educação e à saúde, são comprometidas ou até negadas. Não podemos avançar nesses campos sem antes garantir um ambiente seguro para a população. A segurança é, portanto, o alicerce sobre o qual devemos construir um país próspero.
Isso significa que a política não pode ser encarada como um jogo de interesses partidários ou disputas de poder. O foco deve estar na construção de um Brasil seguro, forte, estável e próspero. A polarização extrema e o conflito permanente apenas atrasam o progresso e enfraquecem nossas instituições.
Além disso, o desenvolvimento do país não depende apenas do governo. O setor privado, a academia e a sociedade civil têm papéis fundamentais na construção de um ambiente propício ao crescimento. O Brasil precisa de uma agenda pragmática, que vá além das diferenças ideológicas e priorize soluções concretas para os desafios econômicos e sociais.
O recado das ruas já foi dado: a sociedade quer resultados. Cabe agora às lideranças políticas e institucionais fazerem sua parte, com responsabilidade e compromisso com o futuro do Brasil. A democracia se fortalece quando cada um assume seu papel. E o papel de quem governa é servir ao país, não a interesses individuais ou de grupos políticos.
*Eduardo Pazuello é deputado federal (PL-RJ)